A crise econômica está fazendo com que todos se adaptem a uma nova realidade de mercado, inclusive na questão dos valores praticados para os imóveis que estão à venda. Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, hoje as construtoras apostam em imóveis menores, mais acessíveis e com uma negociação mais flexível.

“As regiões centrais são muito procuradas principalmente pela proximidade aos meios de transporte. Imóveis pequenos, muitos até sem vagas de garagem, ficam mais acessíveis e atendem bem o grande nicho de mercado”, avalia.

(Foto: Shutterstock)

Viana explica que, nos últimos anos, os valores dos imóveis, principalmente os novos, subiram a patamares nunca vistos. “Hoje a realidade mudou. Quem não praticar valores reais, não buscar novas formas de negociação, não vai conseguir ter bons resultados. Esse é um aspecto que, a princípio parece negativo, mas, por outro lado, se mostra positivo porque deixa claro para os empresários que os preços estão fora da realidade do mercado e das condições dos brasileiros”, enfatiza.

As pesquisas do Creci-SP mostram que mais de 50% dos imóveis usados vendidos mensalmente em todo o Estado de São Paulo custam até R$ 300 mil. “É isso que os clientes estão buscando neste momento. Acredito que com os imóveis novos não seja diferente”, complementa o Viana Neto.

Imóveis de luxo

Mas ainda há espaço para os imóveis de luxo, já que há unidades de alto padrão com várias metragens, dos menores aos maiores. De acordo com Viana, estúdios de 20 metros quadrados também podem ser de altíssimo padrão. “Quando você investe em imóvel para o seu conforto ou o da sua família, sempre será um excelente negócio. Na visão da diretoria do Creci-SP, o imóvel é um bem de uso. Quando visto como ativo financeiro passa a ser ruim porque isso gera especulação, fato que reprovamos com veemência. Quanto mais valorizado o imóvel, menos pessoas têm acesso à casa própria. Não podemos pensar no imóvel com objetivo de valorização, pois isso se chama especulação”, conclui.